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10 de outubro de 2017Pequenos estabelecimentos varejistas geram vagas em Tupã
Naturalmente não é de hoje que se sabe e se noticia o quanto a atual crise brasileira assola o comércio varejista. Dentre as formas deste impacto, frisa-se o impacto ao mercado de trabalho formal do varejo, principalmente nos anos de 2015 e 2016, mas ainda com importantes reflexos negativos também em 2017.
Contudo, a FecomercioSP, na tentativa de aprofundar sua observação dos reflexos da atual recessão na movimentação de vínculos celetistas nos setores varejistas, não apenas o fez ao cunho regional e municipal, mas também, neste caso, para o porte dos estabelecimentos. “Isto é, aplicamos uma lupa ao desempenho do mercado de trabalho dos municípios, por atividades varejistas e tamanhos dos estabelecimentos, para avaliar em qual extrato por porte de empregadores há mais destaque”, explicou a entidade.
No município de Tupã, em junho de 2017, o varejo passou por um recuo de 14 vagas. Se fossemos avaliar apenas estabelecimentos varejistas com até 4 empregados o saldo seria positivo em 13 postos de trabalho, puxado pelo desempenho das lojas de materiais de construção (+7 vagas). Nos estabelecimentos com mais de 5 funcionários o saldo mensal ficou em -27 vagas.
No ano de 2017, de janeiro a junho, o varejo de Tupã perdeu 94 vagas formais, porém observando o desempenho pelo tamanho dos estabelecimentos visualiza-se que as empresas com até quatro funcionários possuem praticamente uma estabilidade, com só um posto de trabalho formal perdido.
Em doze meses, no saldo acumulado de julho de 2016 a junho de 2017, quando há uma perda de 125 postos de trabalho no varejo local, considerando apenas os estabelecimentos com até quatro trabalhadores em seu quadro funcional, o saldo é positivo em seis novos vínculos trabalhistas formais. Em quase todos os outros extratos de estabelecimentos há mais desligamentos que admissões, com exceção aos cinco vínculos criados por estabelecimentos varejistas com 100 a 249 trabalhadores empregados.
Os números acima mostram uma realidade interessante. Enquanto o varejo observa seu mercado de trabalho celetista retroceder, considerando apenas estabelecimentos com até 4 trabalhadores, há estabilidade e até um pequeno crescimento nos últimos doze meses em Tupã.
O presidente do Sincomércio, Milton Zamora, explicou que em momentos em que há menos admissões que desligamentos no total do varejo, as pequenas empresas amenizam um saldo que poderia ser pior, e em momentos com saldo positivo de vagas, estes estabelecimentos potencializam a geração de vínculos.
“Algumas análises podem ser tiradas destes números. Primeiramente, mesmo num momento de retração do emprego, os pequenos estabelecimentos, por características intrínsecas ao seu tamanho, têm menos capacidade de subsistir diminuindo quadro funcional, portanto os que mantêm portas abertas possuem ao menos mais estabilidade de vagas”, disse.
Para ele, outra importante realidade é o aumento de micro e pequenas empregadores, muitos formados por antigos trabalhadores celetistas que foram desligados anteriormente. “Ressalta-se, por fim, as características do pequeno varejo, muitos localizados em bairros, com proximidade e fidelidade de clientes bastante significativas. Em suma, mesmo em crises, o desempenho dos pequenos estabelecimentos é um alento e tem ao menos caráter estabilizador, para não dizer de destaque pela geração de novas oportunidades de trabalho formal”, concluiu Milton Zamora.
